A jornada de Abraão.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O CHAMADO

Assim, Deus escolheu Abraão e o chamou, dizendo:

“Sai da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, e vai para a terra que eu te mostrarei. De ti farei uma grande nação...” (Gn12.1).

A proposta divina não acompanha a lógica humana. Abraão e Sara estavam em idade avançada e não tinham filhos. Como poderiam gerar uma grande nação? Além disso, Sara era estéril. As condições e as evidências não eram favoráveis ao propósito de Deus. Aquelas não pareciam ser as pessoas mais indicadas para tão grandiosa missão. Deus faz assim. Muitas vezes, ele escolhe pessoas incapazes para que, no final da história, os méritos e a glória pelos resultados sejam só do Senhor (Rm 4.17; 1Co 1.28). Ele pode nos fazer ir muito além dos nossos limites pessoais.

DOIS ASPECTOS DA PALAVRA

A palavra de Deus a Abraão tem duas partes: ordem e promessa. Assim acontece conosco também. Não podemos abraçar um aspecto da palavra e desprezar o outro, visto que ambos estão interligados. Temos caixinhas de promessas, mas não de mandamentos. Queremos bênçãos, mas fugimos de responsabilidades e tarefas. Contudo, muitas promessas estão condicionadas à obediência às ordens. Se Abraão não obedecesse, não seria abençoado.

Nas relações de Deus com o homem, existem coisas que o homem deve fazer e outras que só Deus pode realizar. Portanto, não podemos ser negligentes e omissos, pensando que tudo depende do Senhor. Ele poderia resolver tudo sozinho, mas nos deu a honra de participarmos dos seus maravilhosos propósitos.

A ordem de Deus, em Gênesis 12, tem três elementos: sair da terra, da parentela e da casa do pai. A promessa tem sete elementos:
- De ti farei de ti uma grande nação;
- Abençoar-te-ei;
- Engrandecerei o teu nome;
- Tu serás uma bênção;
- Abençoarei os que te abençoarem;
- Amaldiçoarei os que te amaldiçoarem;
- Em ti serão benditas todas as famílias da terra.

A promessa é mais ampla do que a ordem. O que Deus nos dá é infinitamente maior do que aquilo que ele nos pede.

FÉ E OBEDIÊNCIA

Abraão ouviu a palavra de Deus, creu e obedeceu. Em muitas situações, a palavra precisa da fé humana para produzir frutos (Hb 4.2). A fé de Abraão tornou-se padrão para todos os crentes que vieram depois dele (Gl 3.6-9). Entretanto, sem obediência, sua fé seria morta (Tg 2.20-22). Precisamos crer e agir.

Abraão tomou uma decisão e começou sua viagem em direção à terra prometida. O cumprimento da promessa está lá e não aqui. Isaque não nasceria na Mesopotâmia. Na vida cristã e também nas questões seculares, não podemos viver inertes, estagnados, esperando que tudo venha até nós. Por exemplo, quem precisa de um emprego, não pode ficar em casa dormindo o dia inteiro. Quem quer evangelizar, não deve ficar esperando que as pessoas venham suplicar pelo evangelho. É preciso caminhar, tomar iniciativa, sair do lugar.

Podemos comparar a jornada de Abraão a uma caminhada com Deus. A vida cristã é assim: saímos do império das trevas e caminhamos em direção à Jerusalém celestial.

Pelo texto de Gênesis, a saída de Abraão pode parecer algo muito simples. Entretanto, ele estava deixando uma cidade muito desenvolvida para os padrões da época. Ur dos caldeus estava localizada no território da Suméria (Iraque). Os sumérios desenvolveram técnicas de irrigação, inventaram o arado, tornaram-se grandes produtores agrícolas, grandes comerciantes, produzindo riqueza e desenvolvimento admirável. As evidências arqueológicas indicam que ali surgiu o primeiro alfabeto e a escrita.

Abraão morava numa boa cidade e ali estava bem estabelecido. Sair de Ur dos caldeus representaria renúncia ao seu conforto, aos negócios, aos amigos e a muitos familiares, a quem nunca mais tornaria a ver.

Atender ao chamado de Deus sempre envolve renúncia, perdas e entregas. Os ganhos serão muito maiores, porém não são imediatamente visíveis. Aquele que se converte pode se ver diante da necessidade de renunciar a algumas coisas, situações e compromissos incompatíveis com a sua nova vida. Aquele que é vocacionado para o ministério também pode precisar abrir mão de algo. Afinal, não podemos ter tudo e fazer todas as coisas ao mesmo tempo. Caminhar é, ao mesmo tempo, afastamento e aproximação. Toda escolha envolve uma renúncia.

Abraão saiu sem saber para onde ia (Hb 11.8). Uma viagem rumo ao desconhecido é um desafio. Queremos saber tudo? Queremos ter o controle da situação? Desejamos a compreensão exata de todos os detalhes da Palavra de Deus antes de obedecê-la? Eis porque muitos racionalistas se tornam desobedientes convictos. Não precisamos conhecer tudo, mas conhecer o Senhor o suficiente para obedecermos sem questionamentos. O filho conhece o pai e está seguro do seu vínculo com ele. O filho pode não compreender tudo, mas deve confiar e obedecer.

O Senhor escolhe, chama, capacita e envia. Ele faz desse modo até hoje.
SÚ E ALÊ SANTANA

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